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Empreendedorismo no setor da saúde em Portugal

O envelhecimento da população, a frequência das doenças crónicas, a crescente multimorbilidade nos doentes e a conhecida falta de meios e de recursos humanos têm vindo a pressionar cada vez mais os sistemas de saúde. A necessidade de encontrar respostas para estas questões e o evento da pandemia, com o aumento da procura por soluções online, têm fomentado o empreendedorismo na saúde.

Neste contexto, a aposta na prevenção e no correto acompanhamento dos doentes surge como uma absoluta necessidade, não só enquanto promotora de vidas longas e saudáveis, mas como forma de gerir melhor a pressão sobre o setor da saúde, sobretudo o público. Uma das transformações mais urgentes passa mesmo por contrariar a tendência de maior foco no tratamento de doenças já instaladas, ao invés de se investir na prevenção e em diagnósticos precoces como forma de conseguir melhores prognósticos. Por outro lado, impõe-se a promoção de um uso mais eficiente dos recursos de saúde.

Um pouco por todo o mundo vão surgindo negócios que desenvolvem produtos e serviços que contribuem para o progresso nos cuidados de saúde prestados, com soluções para todas as fases da doença, do diagnóstico ao tratamento, e na promoção da saúde, pela via da prevenção. Procura-se também trazer respostas não só para as necessidades dos doentes, mas também para as dos profissionais e instituições do setor da saúde.

Portugal não é exceção neste movimento de crescimento do empreendedorismo na saúde. Na pandemia, a tecnologia portuguesa esteve na linha da frente do combate à pandemia, fruto do trabalho desenvolvido quer de forma autónoma por startups, quer por projetos piloto conjunto de instituições de saúde, universidades e tecnológicas.

A título de exemplo, Portugal foi o país mais representado, em termos do número de projetos na área da inovação em saúde, na edição deste ano do programa europeu EIT Health. Entre o tipo de soluções mais presentes estão as destinadas a permitir o acesso a cuidados de saúde em casa dos pacientes e as de telemedicina. O EIT Health RIS Innovation Call é um programa de inovação que visa acelerar ideias inovadoras no setor da saúde, em regiões europeias com ecossistemas de inovação considerados menos desenvolvidos e é apoiado por fundos da UE.

Durante muito tempo os investidores viam nas startups, nomeadamente digitais, destinadas ao setor da saúde, um negócio arriscado e pouco rentável. A pandemia veio alterar este cenário e aumentar fortemente a disponibilidade de alocação de capital a empreendimentos neste setor. Uma área que se destaca é claramente a proliferação de soluções digitais.Acresce que, à semelhança do que está a acontecer em tantos outros setores, também na saúde, o acesso a um maior número de dados, tornada possível pelas novas tecnologias, oferece muitas possibilidades. Nomeadamente no desenvolvimento de novos modelos de previsão para 

diagnósticos mais precoces, melhoria ao nível dos tratamentos e aumento do conhecimento da sociedade sobre comportamentos promotores da saúde.

O surgimento de novas soluções tecnológicas permite também prestar melhores cuidados de saúde em casa dos pacientes, reduzindo os tempos de internamento hospitalar, com melhores resultados em termos de qualidade de vida e prognóstico. Ao mesmo tempo que, em paralelo, se consegue reduzir a pressão sobre os serviços hospitalares.


Um mundo de possibilidades

O que tem, afinal, o empreendedorismo e as soluções tecnológicas a oferecer ao setor da saúde? Tendo sempre presente o tanto que está certamente por criar, alguns exemplos são ilustrativos da diversidade de ofertas que estão a surgir por toda a Europa, incluindo Portugal.

Uma ferramenta gráfica foi desenvolvida para recolher e atuar sobre informação relacionada com o número de camas, nomeadamente para uma gestão mais eficiente da ocupação hospitalar e otimização de recursos. Uma startupportuguesa criou uma tecnologia que faz uso da inteligência artificial para, através de uma amostra de sangue, pré-diagnosticar doenças como a doença de Alzheimer ou apoio e prevenir complicações em doentes Covid.

A identificação precoce de deficiências de ferro está a ser desenvolvida para prevenir problemas de saúde graves daí resultantes. Também para a prevenção de infeções ou para a possibilidade de aliviar a sobrecarga das urgências hospitalares surgem soluções.

Através de um dispositivo de monitorização em tempo real, será possível garantir o rastreio das bolsas de sangue de transfusão e a existência de condições adequadas durante o seu transporte, nomeadamente de temperatura, humidade, tempo de entrega e armazenamento, exposição à luz, data de validade e informações sobre o doador.

Uma outra solução permite o diagnóstico e monitorização de doenças pulmonares para reduzir o número de sub-diagnósticos ou diagnósticos incorretos, por forma a prevenir mortes precoces e reduzir custos em saúde. Um teste rápido permite, com rapidez e precisão, detetar em amostras de leite materno a presença de substâncias químicas indesejadas.

Para a promoção de um envelhecimento ativo e de melhores cuidados de saúde aos idosos em casa, está em desenvolvimento uma ferramenta que permita vigiar a qualidade desses cuidados e identificar precocemente problemas, capacitar as famílias e cuidadores informais para uma melhor prestação de cuidados, diminuir a solidão dos idosos e atrasar a necessidade de institucionalização.

A melhoria dos cuidados de saúde e, sobretudo, a resposta adequada às necessidades de doentes, num contexto de envelhecimento galopante da população e de escassez de recursos de saúde, torna urgente encontrar soluções, fazendo uso das possibilidades que a inovação tecnológica traz. Com a consciência de que esta realidade resulta também em oportunidades de negócio para o empreendedorismo, dada a ainda escassa oferta de respostas.